"Antes eu estivesse realmente triste do que apenas inerte.
Eu queria qualquer sentimento, ainda que fosse mesquinho ou melancólico. Estou indiferente, e isso me sangra sem dor.
Sinto saudade das minhas batalhas perdidas, das minhas revoltas de causas pesadas ou até pouco importantes, das minhas angústias amargas, da minha vontade de correr o mundo, da minha ingenuidade poética, dos meus sorrisos com alma, dos meus choros sentidos. Sinto falta das mil pelejas em vão que me motivavam a continuar tropeçando e levantando, caindo e me reerguendo.
Estou mergulhada em ausências, e tudo que sobra é um silêncio vazio. Grito dentro de mim, e ecoa... Sou oca e acústica, mas não faço melodia, só sopro ventos mudos e permaneço quieta, caladinha e quase inexistente.
Minhas asas andam enferrujadas do sonho de voar, e minha garganta economiza as utopias. Ando desanimada e solitária, sem aquilo que outrora me acompanhava como sombra. Estou só.
Quero qualquer fevura, e até dissabores se isso me fizer mais viva.
Sinto falta do meu coração inquieto, das curvas do meu caminho, da minha vontade de viver. Eu sinto falta de mim." (Saudade - Clara Melo)
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| "saudade é a presença da ausência..." |

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