quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Tudo é bom, João

Um herói negro vai invadir o oriente, João. E, com morte, vai salvar muitas vidas. Porque ele é bom, João.

Um sistema perfeito oprime as pessoas. O desemprego se agiganta. Porque o sistema é bom, sabe, João?

O conselhos dos deuses não quer deixar que anjos de além da fronteira salvem vidas na batalha do campo verde amarelo. Só deuses de casa fazem milagres, João! Mas só quando querem. E com táxi aéreo. Tudo é corporação. Vida longa ao mercenarismo. Mas os deuses brancos são bons, viu, João.

A mulher é violentada e oprimida e assassinada, João. Pelo Senhor, Alfa. A regra é clara, Arnaldo e João: ele manda, ela obedece. Se violentada foi, João, é porque foi culpada. E se marcada foi, João, é porque mereceu. Porque o macho é bom, João. O ismo mais ainda. 

Tem criança com buraco na barriga. Tem de bala e tem de fome, qual você prefere, João? Ah, dar um lanche pra um mendigo e postar na caixa mágica. Está certo, João, você é bom. 

Tem gente colorida que ofende os preto e branco, João. Gente que rouba em cima de um altar não ofende nem assusta. Não te meta com um ungido, João! E aprenda, João, nada tem contexto, nada. Nem aquele livro grande de letra miúda. O mal do século nem é stress, João. É interpretação nua de crítica. 

Muita coisa tem sumido dessa bola azul, João. Cadê o “se importar”, João? Cadê a honestidade? E a abundância, João, cadê? Cadê os assustamento das gentes, João? Tudo é normal? Tudo é comum? Cadê a educação política hem, João? Aliás, João, você viu o Amarildo por aí? Acho que  ele era bom...

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